quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A crise das 37 semanas

Quando o casal engravida começa a incessante busca de informações sobre gestação e parto. No meio da avalanche de novas descobertas, surge a informação: a gestação pode durar de 37 até 42 semanas, quando o bebê já é considerado de termo, ou seja, fase em que o bebê teoricamente já está pronto para nascer (digo teoricamente pois a certeza de que o bebê está realmente pronto é o trabalho de parto. Se o trabalho de parto não ocorreu, o desenvolvimento do bebê dentro do útero possivelmente não se completou).
A partir daí a contagem regressiva pro nascimento começa.

Embora a maioria dos casais tenham a informação de que a gestação pode durar 42 semanas, eles sabem que depois de 37 semanas a qualquer hora o trabalho de parto pode dar as caras, e que, com ele, vem o (a) tão esperado (a) filho (a), então começa a contagem regressiva, que a maioria das vezes é feita tomando por base as 37 semanas. E a típica pressa do ser humano cria um ambiente de ansiedade nunca visto antes, que se inicia lá pelas 35 semanas de gestação. São os momentos finais!!! Ou não... E é aí que mora o perigo. 
Pra piorar o quadro de ansiedade, vem a curiosidade de parentes, vizinhos e amigos que, após 37 semanas de gestação, perguntam diariamente à mulher: "já nasceu?", lembrando sempre de dizer, logo após: "nossa, mas ele (a) não vai nascer não?!", "vai passar da hora...". 
Pronto. A angústia está instalada.

Vamos entender o que ela está sentido: ela sabe que o bebê pode nascer com 37 semanas. Então, semanas antes ela já começa a pensar em que dia o nascimento pode cair, que dia seria perfeito, o que fazer na hora, que cor pintar a unha pra tão esperada chegada e como será a sensação de ver o bebê pela primeira vez. Não que ela já não tenha pensado nisso tudo desde o resultado positivo, mas agora isso está mais perto, mais concreto e a ansiedade fica a mil! Ela dorme desejando que entre em trabalho de parto e acorda irritada por não ter sido naquela noite. Dá pra imaginar a sensação? Dá pra imaginar a ansiedade? E ai, eis que todo santo dia vem AQUELA pergunta: "e ai, já nasceu??" E ela usa a última gota de paciência que lhe resta pra responder, educadamente, que ainda não.

É perfeitamente compreensível o estímulo de quem pergunta, mas as pessoas precisam entender o outro lado da história também. É angustiante esperar o nascimento natural. E a angústia fica ainda maior toda vez que ela precisa responder à essa pergunta com uma negativa. 

E então, o que fazer? Esperar. Quando nascer, quem for próximo à ela ou tiver um facebook, saberá.