terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Métodos anticoncepcionais - se prevenindo no pós-parto.

                Logo após a alta da maternidade muitas mulheres ficam preocupadas com a possibilidade de gravidez seguida, e é extremamente comum recebermos dúvidas em relação aos métodos anticoncepcionais no pós-parto. Vamos, então, conhecer nossas possibilidades:

               1. Método LAM (Método da amenorréia da lactação)

               Esse nome estranho significa: evitar uma nova gestação por meio da amamentação. Esse método pode ser utilizado durante os seis primeiros meses após o parto. Nesse período a fertilidade da mulher estará diminuída caso ela não apresente menstruação e pratique a amamentação exclusiva e à livre demanda, ou seja, amamente conforme necessidade do bebê, sem hora marcada, e sem introdução de outro alimentos, como água ou chás. A amamentação exclusiva nos seis primeiros meses previne uma nova gravidez pois a frequente sucção dos mamilos pelo bebê interfere na produção hormonal da mulher, impossibilitando a ovulação. Mas, se o bebê recebe qualquer outro tipo de alimento, inclusive água, ou a menstruação voltar, a proteção oferecida pela amamentação estará comprometida. Segundo o Ministério da Saúde, com a utilização correta desse método, a taxa de falha é de apenas 0,5 a 2 gravidezes por cada 100 mulheres, ou 0,5% a 2% de falha, número muito menor do que a taxa de falha do preservativo masculino (3 a 14 gravidezes por 100 mulheres ou 3% a 14% de falha), por exemplo.

         Quando o efeito inibidor da ovulação por meio da amamentação se torna ineficiente, seja por introdução de outros alimentos ao bebê, seja por retorno da menstruação, é necessário iniciar outro método de proteção.

             2. Métodos não hormonais

            São meios de prevenir a gravidez não planejada sem a utilização de hormônios (pílulas ou injeção). Um dos métodos não hormonais que podemos utilizar no pós-parto é o DIU (Dispositivo Intra-Uterino) (Figura), que possui formato de “T”. Esse dispositivo é introduzido no útero e impede a fecundação, ou seja, o encontro do espermatozóide e óvulo. Normalmente o DIU pode ser inserido logo após o parto ou a partir de 4 semanas pós-parto. Outro método não hormonal clássico que podemos utilizar nessa fase é o método de barreira, ou seja, a camisinha (masculina ou feminina).

Figura: DIU. Aparelho genital feminino com DIU inserido no útero.

                     3. Métodos hormonais

               A utilização de anticoncepcionais hormonais pode ser iniciada após 6 semanas pós-parto, porém devemos tomar alguns cuidados. Durante a fase de amamentação, os anticoncepcionais que contém estrógenos não podem ser utilizados, pois esse hormônio diminui a produção e qualidade do leite materno e pode afetar a saúde do bebê. Por isso, durante essa fase nossas opções são os anticoncepcionais orais só de progesterona (chamados de minipípula) ou o anticoncepcional injetável trimestral. Fiquem longe dos anticoncepcionais orais combinados e dos injetáveis mensais e não se automediquem. Em muitas bulas de anticoncepcionais vocês irão encontrar apenas o nome sintético dos hormônios, o que pode induzir a um erro comum de achar que o anticoncepcional não possui estrógenos.

                     4. Métodos comportamentais

              Os chamados métodos comportamentais são a tabelinha, muco cervical, entre outros. Esses métodos só poderão ser utilizados após o retorno e regularização do ciclo menstrual.

             A consulta pós-parto é o momento ideal para discutir com o profissional o método anticoncepcional mais adequado para sua rotina. Nós, da equipe Jesthar, também estamos à disposição para maiores informações. Contem conosco!

                                       

Bibliografia:
  1. Ministério da Saúde (2006). Manual Técnico Pré-Natal e Puerpério.
  2. Ministério da Saúde (2002). Manual Técnico Assistência em Planejamento Familiar.